Por isso, você precisa procurar pelo que não é dito durante a partida. Do contrário, os playtestes vão te levar no máximo apenas até um jogo que funciona, mas que ainda está a léguas de distância de ser realmente bom.

Algumas dicas que aprendi na prática com meus parceiros da Mansão:

Enfatize os momentos de diversão

Observe em quais momentos as pessoas riem, se animam, se zoam, ficam tensas ou com expectativa. Esses são os momentos em torno dos quais seu jogo deve girar, mesmo que não tenha sido essa sua ideia inicial.

Reconheça quando o jogo não está engajando

Observe também em que horas as pessoas parecem entediadas ou desengajadas. Queixo apoiado na mão, tirar o celular do bolso, são sinais de momentos em que o jogo não está entretendo. Se for durante o turno de outro jogador, significa que o downtime do seu jogo está alto. Será que é possível que as ações do jogador ativo tenham mais consequência nas decisões dos jogadores inativos? Se for no turno delas, é sinal de que a decisão que a pessoa tem para fazer é repetitiva, óbvia ou não parece conectada com a vitória.

Busque o problema, não a solução

Até na hora de verbalizar suas opiniões, os jogadores podem dar feedbacks silenciosos. Ao final da partida, muita gente vai trazer sugestões para melhorar o jogo. Mas seus playtesters estão lá para descobrir problemas – arranjar a solução é atribuição sua. Então sempre que alguém trouxer uma sugestão, tente descobrir porque ele acha que a mudança é necessária. Ao descobrir o problema, você pode encontrar uma solução melhor.

Uma sessão de playteste é um exercício muito maior para o designer do que para os playtesters. É preciso ficar atento a todos os sinais verbais e não-verbais para detectar como melhorar.